Sobre a resiliência goiana às crises

Goiânia - credito - bancario - claudino

Apesar da retração nacional no crédito bancário para construtoras, o impacto desse movimento em mercados como Goiânia tende a ser diferente da média. A capital goiana abriga um ecossistema de incorporadoras bem capitalizadas, muitas das quais operam com menor dependência de financiamento tradicional. No Brasil em geral, os empreendimentos habitualmente são estruturados via SPEs (Sociedades de Propósito Específico), modelo padrão do setor para viabilizar projetos com crédito bancário. No entanto, chama atenção o uso mais frequente das SCPs (Sociedades em Conta de Participação), em que “clube de investidores” aportam recursos diretamente nos empreendimentos, podendo optar por converter esse capital em unidades ou receber participação nos lucros. Essa prática tem ganhado força em Goiânia, mais do que na média nacional.

Outro fator que impulsiona os lançamentos na cidade é a mudança recente no plano diretor. Com bairros estratégicos como Bueno, Oeste e Jardim Goiás definidos como zonas de desaceleração, as construtoras que já tinham projetos aprovados estão sendo pressionadas a lançar imediatamente, sob risco de perder o direito de verticalizar nesses terrenos. Isso criou uma corrida por aprovação e execução, independentemente do apetite de mercado ou da oferta de crédito. No contexto, temos o prefeito mais rico do país e com visão empreendedora à frente da gestão da cidade goiana e que tem atuado diretamente na manutenção do setor aquecido.

Com isso, Goiânia vive um momento particular dentro do cenário nacional. Enquanto outras regiões enfrentam a perspectiva de apagão de imóveis para a média renda, o mercado local segue aquecido — sustentado por capital privado e por uma janela regulatória que impulsiona lançamentos. O desafio futuro será manter esse ritmo de forma equilibrada, acompanhando a real demanda e evitando um descompasso entre oferta e absorção.

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